Diálogo 1

Que outro não, senão o sim, que esperado, é negado, poderá afligir mais?

Que outro pão, de paz, não faz mais ruído que o do amor consentido?

Que outro irmão com ”estrelas na mão” não nos satisfaz mais?

Que chão não dói mais que a terra natal, nas lembranças que moram no nosso ontem?

Que fazer dos meus sins, se o tempo queimou minhas fortalezas e me quedou a espera de um tempo medido que resta.

Que outro amor poderá me resolver se o que se foi levou minhas amarras e os meus guizos?

A noite parece que está em mim, Fernando Pessoa...