AÍ DE MIM.
Ai de mim se disser que não estou afim,
Vou ficar jogado num canto da sala em forma de tamborim,
Meu coração apanha mais que um surdo e não se engana,
Falsa ilusão, o cavaco chora mais é bem sacana,
Vou sair com o meu bloco de samba pela avenida,
Minha porta bandeira vai ser a mulata mais querida,
Abraça com graça o enredo desse meu coração,
Faz-me de gato e sapato essa minha desilusão.
O repinique me disse que assim não tem mais jeito,
O tantã insiste que não estou pensando direito,
Olha a cuíca roncando e dizendo por que veio,
Tem o reco-reco que atazana com esse barulho feio.
Aí de mim, se disser que não estou afim,
Chega o violão sete cordas com harmonia de um cavalheiro,
Á percussão pede passagem arregaçando o coitado do pandeiro,
Mestre-Sala chega e se reverencia com elegância,
Diretor de bateria faz valer a sua importância,
Regência uma longa paradinha mais logo avança,
O tempo está se esgotando e não vejo saída,
Puxador de samba grita, essa é a minha despedida...