CANTIGA DO BREJO
Coaxos na lagoa, terra de sombra e fluidez.
Sapos alhures, sapos algures, coaxos
Logo após o crepúsculo, tenores e baixos,
Sapos que cantam juntos ou por vez.
Há brejos, córregos, regiões alagadiças,
Água de chuva ou que minam da terra.
Girinos borboleteiam na água da poça
E as rãs, tão chãs, sambam feito passistas
Na escola de samba ao pé da serra,
Cujo samba enredo contém palavras compostas.
E eu, como sapo que sou, coaxo, saltito,
Canto meu canto anfíbio para o infinito.
Celebremos a vida,felizes, sob as moitas.
Não há jamais espaço para decisões afoitas.