Invernadas de solidão
Volta o tempo carregado de frio
No galopar musical do vento
No trote folgazão e lento
Traz na garupa a geada
Dama megera das madrugadas
Que cobre campo e cidade.
No fogo de chão, no braseiro
No chiar do fogo matreiro
O mate amargo, o chimarrão
São reféns da solidão
De quem vive nestes ermos.
O inverno – chiru campeiro –
É um ser quase pagão
Sem doutrina, sem amor
Vem isento de paixão
E quando menos se espera
Leva tudo pela frente
Num rodopio de pião
Gado, colheita e plantação
E almas ficam desertas
São campos de solidão
Quente fica é só a saudade
Nos pagos do coração.
Beijo a todos!