Invernadas de solidão

Volta o tempo carregado de frio

No galopar musical do vento

No trote folgazão e lento

Traz na garupa a geada

Dama megera das madrugadas

Que cobre campo e cidade.

No fogo de chão, no braseiro

No chiar do fogo matreiro

O mate amargo, o chimarrão

São reféns da solidão

De quem vive nestes ermos.

O inverno – chiru campeiro –

É um ser quase pagão

Sem doutrina, sem amor

Vem isento de paixão

E quando menos se espera

Leva tudo pela frente

Num rodopio de pião

Gado, colheita e plantação

E almas ficam desertas

São campos de solidão

Quente fica é só a saudade

Nos pagos do coração.

Beijo a todos!

Maria letra e cor
Enviado por Maria letra e cor em 08/06/2018
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