A TERTÚLIA DAS CEREJAS
“Dedicada a Assunção Martins”
Ao Teatro Nacional,
Indiferentes às invejas,
Chegaram do Sardoal
Apetitosas cerejas.
Soube melhor a Tertúlia,
Pois não haveria de saber?
Alma fraca fez-se hercúlea
Com versos de apetecer.
Por ali passámos nós,
Passou Cesário e Pascoais,
Deu gosto afinar a voz
Com versos de Luís Quintais.
De holocausto se falou
E até mesmo de Alcochete
Mas o cerejo adocicou
Tão infausto ramalhete.
Recitando a comer cereja,
Ademais sendo “primícias”,
Faz qu´ esta tertúlia seja
Uma das melhores delícias.
Venham elas e mais venham
De qualquer dos cerejais
Que os poetas se mantenham
Porque é de chorar por mais.
A poesia da Primavera
Tem esta prerrogativa
Qualquer bela atmosfera
Dá-lhe emoção afectiva.
Assim o diria Garrett,
E quem sabe até Bocage,
À nossa Tertúlia compete
Vestir bucólico traje!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA