GRITO NO DESERTO
GRITO NO DESERTO
“Ouço uma voz vinda do deserto”!
Da secura da vida ela clama aos céus
Se, é ouvida ou não, ao certo grita
Pelos filhos seus que vivem ao léu!
Na amargura da tristeza, o infortúnio,
Que, aprisiona a esperança pobre e
Desvalida num beco sem saída e no
Gueto da desgraça a lágrima grassa!
No deserto um clamor escondido
Atrás das brumas quentes ao sabor
Dos açoites do vento desmedido
Apagam esperanças de doce amor!
A voz sufocada brota na garganta seca,
E, no meio da areia um misterioso oásis,
Que, acena como espelho numa catarse
No engodo enganoso de mero disfarce!
Ouço uma voz aguda e clamorosa vinda
Das entranhas da alma e sedenta por justiça!
Grita pela vida e felicidade sufocadas ainda,
Que, clama à dignidade de alma castiça!
Ao zunir do vento na poeira das brumas
O som se propaga no grito de uma voz:
A voz não ouvida e respostas nenhuma
De um grito clamante do silêncio algoz!
Jose Alfredo