Sertão
No caminho de casa pela estrada
De terra batida, de chão,
No ombro carregando meu enxadão
E no pensamento uma moda cantada.
O céu alumiado como joia preciosa
Da chama do sol bora baixado
Refletido no alto céu pesado
De nuvens de massa gloriosa.
Repentina chuva vai caindo
Na estrada de poeira ressequida
E do meu corpo caipira
Dia de trabalho vai-se indo.
Como é bela esta vida
Vista sob o meu chapéu
Que seguro, sorrindo, pro céu,
Pra Senhora Aparecida.
Da roça não saio jamais
E que me perdoe o Seu Cidadão
Na capital não se sente o chão
Como no sertão das Minas Gerais.