Poesia para Sofrer
autor: Bruno Silva
Com meu sangue escrevi seu nome,
Sentia fome,
Café almoço e janta
Sequer esperança traz,
A névoa em mim espanta,
A luz que não vejo mais,
Sentia fome,
Dançam no ar as melodias,
Aquecem minhas mãos frias
Mas o silêncio, me consome.
Sentia fome,
O leão que ruge mais alto,
Brada imponente a canção,
Guarda em si um passado,
Perdido na escuridão,
A vida mostra a garra
Espanca, revira, escarra,
A vida mostra a garra
Fôrça, fórça, desamarra.
Faminto viver não vale,
A morte exala seu cheiro,
Embora o destino nao fale,
Pergunto a ele primeiro,
Embora o destino não visse,
Sozinho vou caminhando,
A morte seria burrice?
O que é que estou procurando?
Estava faminto,
Circula um aroma recente,
Cada vez mais presente,
Vermelho, suave, tinto.
Sentia fome,
Segui o alívio fragrante,
Enchia, sorria, amava,
Podia ver adiante,
A alguns passos estava,
Um bilhete, uma taça brilhante.
Ja podia me satisfazer,
Sentia fome,
Bebia enquanto lia:
De um homem que soube sofrer
Com meu sangue escrevi seu nome.