RIO CARIUS (CACHOEIRA DOS GONÇALVES )CRATO -CE

Observando essa imagem

Me veio a recordação

De quando era pequena

A liberdade em ação

Mergulhava em poço

Escorregava no chão

E inocente pegava

Na folha de cansanção

Quando eu chegava em casa

Levava uma cipoada

Pois mamãe tava zangada

Tinha saído de casa

É não tinha dito nada

E ela tinha razão

Pois naquela ocasião

Tava uma enchente danada

As pernas ficavam ardendo

De cipó e cansanção

Mas era mesmo que nada

Quando tinha outra enchente

Eu saía novamente

Sem lhe dar satisfação

A água corria ao léu

Quando não tinha barragem

Eu me lembro de seu Nelson

Que era homem de coragem

Atravessar as pessoas

Como se fossem bagagem

Na maior simplicidade

Não contava pabulagem

Ainda lembro de uma vaca

Que correu pra atravessar

Porque viu na outra margem

O seu filhote a berrar

E sem esforços medir

Foi lá para amamentar

Em cima daquelas pedras

A gente roupa lavava

Água da chuva limpinha

Junto com sabão quarava

E dentro de pouco tempo

A roupa logo alvejava

Isso só acontecia

Antes da enchente descer

Porque quando ela chegava

Tudo ia apodrecer

Porque na sua bagagem

Dejetos ia trazer

Alcinete Gonçalves
Enviado por Alcinete Gonçalves em 26/02/2018
Reeditado em 26/02/2018
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