RIO CARIUS (CACHOEIRA DOS GONÇALVES )CRATO -CE
Observando essa imagem
Me veio a recordação
De quando era pequena
A liberdade em ação
Mergulhava em poço
Escorregava no chão
E inocente pegava
Na folha de cansanção
Quando eu chegava em casa
Levava uma cipoada
Pois mamãe tava zangada
Tinha saído de casa
É não tinha dito nada
E ela tinha razão
Pois naquela ocasião
Tava uma enchente danada
As pernas ficavam ardendo
De cipó e cansanção
Mas era mesmo que nada
Quando tinha outra enchente
Eu saía novamente
Sem lhe dar satisfação
A água corria ao léu
Quando não tinha barragem
Eu me lembro de seu Nelson
Que era homem de coragem
Atravessar as pessoas
Como se fossem bagagem
Na maior simplicidade
Não contava pabulagem
Ainda lembro de uma vaca
Que correu pra atravessar
Porque viu na outra margem
O seu filhote a berrar
E sem esforços medir
Foi lá para amamentar
Em cima daquelas pedras
A gente roupa lavava
Água da chuva limpinha
Junto com sabão quarava
E dentro de pouco tempo
A roupa logo alvejava
Isso só acontecia
Antes da enchente descer
Porque quando ela chegava
Tudo ia apodrecer
Porque na sua bagagem
Dejetos ia trazer