Entre o céu e o chão - Ilusões - XIX
Entre riscos
em panelas
e versos em
varais cheios
vou me fazendo
e vou me deixando,
entre horas
que gritam
e entre ponteiros
exigentes me
perco e me abandono,
entre chão sujos
e privadas negadas
faço uma história
por ninguém lembrada,
entre mesas postas
e desejos esquecidos
é que me faço poesia:
leve, enfadonha e altiva;
entre o pão
e os sonhos
me divido em
chão e céu
camuflado,
entre o filho
que chora e teima
e entre as estrelas
silentes me desenho
voo em montanhas
desconhecidas
e entre um verso
e outro é que me
calo e me crio...