Cambaleio

Entretanto, a poesia vai,

embora às vêzes se negue,

ela, alheia a tudo,

resoluta sempre segue.

Nua e crua, sózinha,

carregando suas dores,

vai derramando frases

e falando seus amores.

Malcriada de corpo,

adornada em anseios,

cambaleia e chora

à procura dos seios.

Parece que chove

pétalas brancas, pretas,

que outrora coloridas,

alegravam suas letras.

Riva
Enviado por Riva em 26/08/2007
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