Cambaleio
Entretanto, a poesia vai,
embora às vêzes se negue,
ela, alheia a tudo,
resoluta sempre segue.
Nua e crua, sózinha,
carregando suas dores,
vai derramando frases
e falando seus amores.
Malcriada de corpo,
adornada em anseios,
cambaleia e chora
à procura dos seios.
Parece que chove
pétalas brancas, pretas,
que outrora coloridas,
alegravam suas letras.