Meu corpo um jardim

Meu corpo, um jardim

Me visto assim

Sempre coberta de flores

Fazendo do meu corpo um jardim

Roseiras plantadas nele

Por um jardineiro que muito me amou

Em mim escolheu a terra

E com muito amor adubou

Plantou aqui suas rosas

E à vida ofertou

Cuidou para que todas elas

Tivessem o viço das cores

Colorindo sempre a alma

Que habita em meu jardim

Hoje no terreno sem os cuidados

Do jardineiro que aqui plantou

Veem-se vincos acentuados

De rugas que o tempo marcou

E a terra um pouco ressecada

Precisando ser adubada

Pelo mel daquele amor

Porém a terra insiste em brotar

Muitas rosas perfumadas

Pois existiam ainda enterradas

Sementes ali colocadas

Que o tempo não levou

E a alma que ali se fez vida

Não desejou ser espantalho

Para amedrontar a felicidade

Que existe naquele lugar

Assim...sempre me visto assim

Com rosas sobre mim

Quem sabe outro jardineiro

Queira um dia vir cuidar

Desse caramanchão de roseiras

Onde abrigo os poemas

Que a vida mandou para mim...

MARIA CÉLIA PINHO

24/01/2018

Direitos autorais reservados

Lei 9610 de 19/02/ 98

Célia (MALINE)
Enviado por Célia (MALINE) em 24/01/2018
Código do texto: T6235045
Classificação de conteúdo: seguro