Meu corpo um jardim
Meu corpo, um jardim
Me visto assim
Sempre coberta de flores
Fazendo do meu corpo um jardim
Roseiras plantadas nele
Por um jardineiro que muito me amou
Em mim escolheu a terra
E com muito amor adubou
Plantou aqui suas rosas
E à vida ofertou
Cuidou para que todas elas
Tivessem o viço das cores
Colorindo sempre a alma
Que habita em meu jardim
Hoje no terreno sem os cuidados
Do jardineiro que aqui plantou
Veem-se vincos acentuados
De rugas que o tempo marcou
E a terra um pouco ressecada
Precisando ser adubada
Pelo mel daquele amor
Porém a terra insiste em brotar
Muitas rosas perfumadas
Pois existiam ainda enterradas
Sementes ali colocadas
Que o tempo não levou
E a alma que ali se fez vida
Não desejou ser espantalho
Para amedrontar a felicidade
Que existe naquele lugar
Assim...sempre me visto assim
Com rosas sobre mim
Quem sabe outro jardineiro
Queira um dia vir cuidar
Desse caramanchão de roseiras
Onde abrigo os poemas
Que a vida mandou para mim...
MARIA CÉLIA PINHO
24/01/2018
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