MINHA INFÂNCIA E A POESIA

MINHA INFÂNCIA E A POESIA

Rio Novo era um lugarejo

Lugar que nunca esqueci

Onde passei minha infância

Saudades tenho dali

Minha primeira poesia

Deste recanto escrevi

Com a idade de 10 anos

Aprendi ler e escrever

Foi quando meu professor

Passou no quadro um dever

Me pedindo se soubesse

Em poesia responder

O lápis fui apontando

E tive firmeza na mão

Na sombra de uma paineira

Logo veio a inspiração

Responde o dever passado

Com amor e perfeição

Lembrei dos campos e das matas

Escrevendo com carinho

Lembrando o carro de boi

E dos humildes ranchinhos

Das campinas verdejantes

Do cantar dos passarinhos

Rio Novo reino encatado

Meu pedacinho de chão

Meu sítio meu paraíso

Meu pedaço de sertão

O teu nome está guardado

Dentro do meu coração

Parece que estou vendo

O monjolo e o pilão

A garça branca voando

Lá no alto do espigão

O cantar da seriema

Nos confins do meu sertão

Quero ver-te novamente

A saudade não tem fim

Sentir o cheiro do mato

Tu és tudo para mim

Se despede e deixa o nome

O poeta de Jardim.

Alfredo Jacques – 19/03/2000