A rua...
A rua do meu trabalho é a tela onde eu assisto
Passar um desfile de personagens e sentimentos...
Ali se vê tantas histórias e estórias e o porquê disto,
É o que estas linhas tentam retratar nestes momentos...
Nessa rua passam homens, mulheres e também crianças,
No semblante uns demonstram pressa, outros tranqüilidade...
Nalguns deles percebe-se o coração vazio, sem esperanças,
Em quase nenhum se constata o sentimento da felicidade...
Passam jovens carregando dentro de si o futuro,
Passam velhos com o olhar marcado pelo cansaço...
Na maioria do povo o que se verifica o quanto é duro
Caminhar por esta vida até alcançar o próprio espaço...
Às vezes, nota-se existir dois mundos incapazes de se tocar,
Percebe-se como que separados por uma pálida vidraça...
A miséria e a riqueza caminhando ambas sem se notar...
Vê-se que uma vem sem alarde, a outra ao largo logo passa...
Diferenças que não se fazem sentir, mas são realidade
Assim como o ar que promove e faz existir o vento...
Situações como essas estão em toda a cidade,
Mundo de opostos sustentado por nós cem por cento...
Rua que transporta sem restrições o físico e o espiritual,
Carrega dentro de si alegria e também frustração...
Sofre sem reclamar o pisar do homem e do animal,
Somente a chuva lhe piedade e lhe lava o coração...
Rua onde caminham lado a lado a sabedoria e ignorância,
Onde namorados de mãos dadas alimentam um sonho...
Desconhecida pra uns, é conhecida de outros desde a infância...
Para mim, palco de inspirações para os versos que componho...