Chover no sertão
La vai o fogo
Queimando a mata
Matando os bichos
Devorando o sertão
Ó meu São José
Mande-me uma chuva
Pra ver se ainda nasce
Alguma coisa no chão
Essa terra é santa
Quando ela seca parece
Que não existe mais vida
É só desolação
Na hora que chove
E ninguém mais acredita
Ela fica bonita
O verde volta ao sertão
Aí tome enxada
Cavando aterra
Plantando sementes
De milho e feijão
E o sertanejo
O São José agradece
Que atendeu suas preces
E mandou chover no sertão
Ele canta feliz
E toda hora bendiz
Que chovendo na terra
Fatura tem de montão
Grato ao talentoso conterrâneo POETA CARVALHO NETO, pela belíssima interação.
Chuva de minha Quimera
Chuva que vem do céu,
Chuva que corre ao léu,
Escorregando nas encostas e barrancos,
Chuva que cai aos prantos,
Chuva dos meus encantos.
Chuva que enche córregos e rios,
Várzeas, barragens, chapadas e grotões,
Chuva que transborda de esperança,
Chuva que adorna o sertão.
Chuva que molha a terra desnuda,
Que inspira o manto verde da vegetação,
Que traz a alegria ao peito,
Por quem bate intenso o coração
Chuva que me lava a alma,
Chuva bênção que me acalma.
Chuva desejo de minha imaginação,
Minha eterna quimera,
Chuva fértil... o doce cio da terra.