POEMAS EM HOMENAGEM A PILAR (PB)

SEJA BEM VINDO À PILAR

Seja bem vindo à Pilar,

Terra pacata e querida,

Que tem muito o que contar

De sua história, sua vida,

Muita curiosidade!

— É a terceira cidade

Mais velha da Paraíba!

Seja bem vindo à Pilar,

Terra de valor profundo,

Sua história é singular,

Pois encanta todo mundo.

Na província era uma estrela,

Fez questão de conhecê-la

Até D. Pedro II!

Seja bem vindo à Pilar,

Terra de Zé Lins do Rego

Que contou a nossa história

Para o mundo ter apego.

Hoje aqui em seu Caminho

Receba nosso carinho,

Nosso amor, nosso aconchego!

Seja bem vindo à Pilar,

Terra de Manoel Xudu,

Um poeta repentista

Que cantava sem lundu,

Que tirava da cachola,

Ao dedilhar a viola,

O canto do uirapuru!

Seja bem vindo à Pilar,

Terra de Zé Augusto Brito,

Que foi cronista e poeta

Do soneto mais bonito;

Que escreveu coisas tão belas:

Pilar, Vidas Paralelas,

Que hoje habita no infinito.

Seja bem vindo à Pilar

De Damião Cavalcanti

E de Frutuoso Chaves,

Outro cronista brilhante;

Pilar da prosa e da rima

E de Frederico Lima,

Outro escritor importante!

Seja bem vindo à Pilar,

Terra de gran tradição,

Do cirandeiro Raminho,

De Del Pilar, artesão,

De quadrilha que encanta

E de Dona Odete que canta

Coco de roda, no chão!

Seja bem vindo à Pilar

Onde a música repousa

Nas cordas do violão

De José Cosmo de Souza.

Terra de mui estrelatos,

Pilar de Zezita Matos,

Atriz que brilha, que ousa!

Seja bem vindo à Pilar,

Onde a cultura acontece,

Lugar onde a poesia

Em cada canto floresce;

Musa formosa e dileta

Que presenteia o poeta

Co’ inspiração que merece!

Seja bem vindo à Pilar,

À nossa terra querida,

Que está de braços abertos

Pra lhe receber na lida

Com sua gente hospitaleira,

Quem visita esta ribeira

Não quer mais sair na vida!

Antonio Costta

(Pilar – PB)

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SALVE TERRA DO PILAR!

Salve terra do Pilar!

Salve palco de minh’ vida

Que no Vale do Paraíba

Tem história pra contar.

Salve terra do Pilar!

Torrão de valor profundo

Que até Pedro II

Fez questão de visitar.

Salve terra soberana

Quando teve em seu passado,

Pela várzea, espalhados,

Quarenta engenhos de cana!

Salve heróis da hombridade!

Que lutaram, sem temor,

Na Confederação do Equador

Em favor da liberdade.

Salve, Salve nossa gente!

Diogo Velho Cavalcanti,

Um político importante,

De três províncias, presidente.

Salve terra do Pilar!

De poetas, escritores,

Terra de tantos valores

Que agora eu vou contar.

Salve terra do Pilar!

De Zé Lins, o romancista,

De Chudu, o repentista,

Mestre do improvisar.

Salve terra do Pilar!

Meu torrão tão bonito.

Terra de Augusto Brito,

Um poeta singular.

Salve terra do Pilar!

De Damião Cavalcanti,

Outro poeta brilhante

Que valoriza o lugar.

Salve terra que a gente ama!

Terra de filhos tão gratos;

Terra de Zezita Matos,

Do teatro, a grande dama.

Salve, salve Dona Odete

Que canta coco de roda,

Sem ligar pra nova moda

Que o mundo lhe oferece.

Salve terra onde se encosta

A beleza do universo!

Que me inspira tantos versos

Onde assino: Antonio Costta.

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NO CHÃO DA SAUDADE

Prossigo sereno revendo a história

No vasto terreno do chão da memória.

Tão cheio de terra brincando no chão

De bola de gude, carrinho e pião.

Lá pego canário com meu alçapão,

Lá pesco piaba com meu jereré;

Facheio rolinha com meu lampião

E brinco de bola imitando Pelé!...

Lá faço brinquedos de tábua, de lata,

E sei tirar mel de abelha na mata!

Sou bem mais feliz — não posso negar...

Onde fica esse chão? em que tempo? espaço?

No chão da memória me perco e me acho...

— Chão da saudade da velha Pilar!...

Antonio Costta

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ÁGUAS DA POESIA

À minha terra, Pilar.

Já procurei te esquecer,

Mudar de assunto, evitar,

Pra não estar te lembrando

Quando de amor vou falar.

Mas as águas da poesia,

Onde vivo a navegar,

São como as do Paraíba:

Têm que passar por Pilar!

Têm que passar sussurrando,

Têm que passar desejando,

Querendo te conquistar...

Mesmo quando, em desatino,

Numa enchente do destino,

Seguem soltas para o mar!

Antonio Costta

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O SABOR DA MINHA TERRA

Gosto de caldo de cana madura,

Gosto também de feijão com farinha;

Quem nunca comeu uma raspadura

Não sabe o sabor da minha terrinha!

Gosto de comer, com nambu e rolinha,

Inhame, batata, fava, macaxeira;

Quem nunca comeu picado na feira,

Não sabe o sabor da minha terrinha.

Buchada de bode? — deixa-me louco!

Quem nunca provou traíra de coco,

Mocotó de boi, pirão de galinha...

Não sabe o sabor, não sabe o segredo,

Da terra natal de Zé Lins do Rego...

— O grande sabor da minha terrinha!

Antonio Costta

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COMO POSSO ESQUECER A MINHA TERRA?

Como posso esquecer a minha terra

Que provoca dentro em mim tanto apego?

Meu torrão, meu lugar, meu aconchego...

Meu Pilar que tanta beleza encerra!

Como posso esquecer a minha terra

Que me dá tanto prazer quando chego,

Vendo o mundo rural de Lins do Rego

Que a rústica paisagem desenterra.

Como posso esquecer-me deste chão

Que revigora, em meu peito, o coração

E me faz decantá-lo, como meta...

Se for para esquecer, um só momento,

O torrão em que nasci — eu lamento —

Mas prefiro esquecer que sou poeta!

Antonio Costta

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PILAR, CIDADE MÃE

Se vocês não sabem

Agora eu vou contar

Que Pilar já foi grande

Pois até Campina Grande

Pertenceu a Pilar!

As suas terras se estendiam

No período colonial

De Cruz do Espírito Santo

Às divisas de Pombal!

Mas os anos foram passando

E seus filhos foram crescendo

E novas cidades foram

No seu solo aparecendo.

Pois Itabaiana e Gurinhém,

Caldas Brandão (o Cajá)

E Cruz do Espírito Santo

Todos pertenceram a Pilar.

Sem falar em Juripiranga,

A Serrinha popular,

E São Miguel de Taipú,

Terra do Itapuá.

E, por último, São José dos Ramos

Também quis se libertar;

E Pilar foi se tornando...

Somente a nossa Pilar!

Pilar nasceste grande

E teu amor sempre nos põe;

Pilar terra querida,

Pilar Cidade Mãe!

Antonio Costta

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VISITANDO MINHA TERRA

Vou depressa, vou depressa,

com vontade de chegar;

Visitar a minha terra,

A cidade do Pilar.

E como é bela a visão

que começo a contemplar;

o Alto da Conceição

E seu rio a lhe banhar.

O Museu, a praça, amigos

para a gente conversar;

A cidade é tão pequena,

mas é grande pra contar!

Tem lembranças amorosas

para a gente recordar;

tem histórias de heróis

que morreram a lutar!

Tem poetas, escritores,

conhecido nos confins;

Meu Pilar sente orgulho

de ser Terra de Zé Lins!

Vou depressa, vou depressa,

Com vontade de chegar;

Vou matar minha saudade

da cidade do Pilar!

Tô chegando, tô chegando,

pra rever o meu Pilar;

quem visita essa cidade

Tem vontade de ficar!

Antonio Costta

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MINHA PILAR, PARABÉNS!

Minha jóia, meu diamante,

A terra que a todo instante

Recordo na minha vida;

Em ti projeto a lembrança

Do meu tempo de criança

Na Chã de Areia querida!

Minha terra tão pequena

Quem dera neste poema

O meu amor expressar;

Num verso puro e sereno,

No meu cantar tão pequeno,

Quero pra sempre te amar!

Quem dera viver contigo

Nas asas do teu abrigo

Sem temer qual seja a sorte;

Muito mais feliz seria

Vivendo aqui todo dia,

Até chegar minha morte!

Que Deus te abençoe, minha terra,

Que reine a paz não a guerra

Neste pedaço de chão;

Que não apenas te enganem,

Mas que as pessoas te amem

De todo seu coração!

Que a Paraíba não pare,

Que o governo declare

Fazer-te bem mais notória;

Sem nenhum demagogismo

Desenvolver o turismo,

Porque Pilar é história!

Por José Lins que é da gente,

Manoel Xudú no repente,

Zé Augusto na poesia;

Minha Pilar tão formosa,

Eu te ofereço esta rosa...

Meus parabéns neste dia!

Pela bravura do povo,

Pelo sonhar com um novo

Tempo, melhor do que tens;

Pra o velho, o jovem e a criança,

Por não perder a esperança,

Minha Pilar... Parabéns!!!

Antonio Costta

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EU SOU DA TERRA

Eu sou da terra da jaca,

Do inhame e da macaxeira;

Eu sou da terra da cana

Caiana que é de primeira!

Eu sou da terra da manga,

Do caju, da goiabeira;

Eu sou da terra do coco,

Do cajá, da pitombeira.

Eu sou da terra da fava,

Do feijão verde-ligeiro;

Do quiabo e do maxixe

Que bota até no terreiro!

Sou da terra da buchada,

Da tapioca e beiju,

Da terra de José Lins

E do poeta Xudu!

Eu sou da terra querida

De Damião Cavalcanti,

De Zé Augusto de Brito,

Outro poeta brilhante!

Eu sou da terra do verso,

Da terra da poesia,

Do poeta João Lourenço,

Também de Riso Maria.

Eu sou da terra de Lita

Que todo mundo recorda,

Eu sou da terra de Odete

Que canta Coco de Roda!

Eu sou da terra do Zé

Cosmo com seu violão;

Também de Jordânia Borges

Que canta nossa canção!

Eu sou da terra de Júlio

Com seu “Cavalo Marinho”,

Do artesão Seu Birico,

Do cirandeiro Raminho.

Eu sou da terra de Alceu

Com natureza bucólica;

Eu sou da terra de Lando,

Essa figura folclórica!

Eu sou da terra, do barro,

Eu sou de Chã de Areia;

Por essa terra me amarro...

Viva Pilar, minha aldeia!

Antonio Costta

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CHIBATA PRETA

Quem é que não se lembra

De uma negra, Chibata,

Que morava na Estação

E cozinhava em uma lata?

Eu vinha de Chã de Areia,

Por Figueiredo passava,

E chegando na Estação

Chibata Preta encontrava!

Conhecida por Chibata,

Chibata, Chibata Preta,

A pobrezinha, coitada,

Não tinha posses nem letra!

Era uma pobre indigente

Que morava bem ao léu;

Tinha por cama - o chão,

E por cobertor - o céu!

Um amontoado de lixo

Na margem daquela rua;

Era a “casa” da Chibata

Iluminada pela lua...

E por que “Chibata Preta”,

Também queres entender?

N’era porque tinha uma chibata

Pra si mesma defender.

Era porque a pobrezinha,

Que cozinhava em uma lata,

Era magra e pretinha

Parecendo uma chibata!...

Era a Chibata Preta

Conhecida do Pilar

E também da região

Que vinha nos visitar.

Era o terror das crianças

Aquela negra Chibata,

Que morava na Estação

E cozinhava em uma lata!...

Mas um dia a pobrezinha

Partiu da nossa cidade;

Pois passava frio e fome,

Tamanha necessidade!

E Pilar ainda se lembra,

E alguns sentem saudade;

Daquela mulher pretinha...

Que partiu pra eternidade!

Antonio Costta

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TROVAS PILARENSES

Eu sou filho do Pilar,

Meu torrão, meu aconchego;

Como amo este lugar,

Terra de Zé Lins do Rego!

Minha terra é pequenina,

Mas encanta o mundo inteiro,

Pois Pilar em prosa e rima

Honra o solo brasileiro!

De prazer minh’alma canta

Quando vejo o meu Pilar;

Saltam versos da garganta

Sem vontade de parar!...

Quem nunca escreveu um verso

Em Pilar fica inspirado,

Contemplando o universo

De Zé Lins com seu passado.

Faço um verso de repente,

De repente faço um verso;

Só pra cantar minha gente,

Meu torrão, meu universo!

Pilar terra nordestina,

Meu rubi, meu diamante;

És tão bela e pequenina,

Mas, pra nós, tu és gigante!

Pilar terra abençoada,

Melhor recanto do mundo;

És minha terra encantada

Que não esqueço um segundo.

Pilar meu torrão amado

Que Deus me deu como berço,

Quero sempre ‘stá ao seu lado,

Dedicando amor e apreço!

Oh terra da minha infância!

Da juventude também!

Faz-me sofrer a distância

Quando não ‘stou com meu bem!

Minha pequena gigante,

Oh minha terra querida!

Cantar-te-ei cada instante

Como todo amor de minh' vida.

Não trouxe um pouco de terra

Da minha terra pra mim,

Mas no meu peito se encerra

Pilar inteira, sem fim!

És a terra que prefiro,

Que Deus me deu como minha;

Como escreveu Casimiro:

“Hei de fazê-la rainha”!

Antonio Costta

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MENINO DE ENGENHO

(Poema/homenagem a José Lins do Rego)

A infância melhor

Do mundo é a que tenho,

Sou menino feliz,

Sou menino de engenho.

O Engenho Corredor

É meu palco de amor,

Pois na bagaceira

É que tem brincadeira,

Com o Moleque Ricardo

É que aposto carreira.

E é na Casa Grande

Que tem um pomar,

Que têm pés de banana,

Têm pés de cajá,

Têm pés de pitomba

E tem Zefa Cajá!...

A infância melhor

Do mundo é a que tenho,

Sou menino feliz,

Sou menino de engenho.

Tem trem apitando,

Chegando a Pilar.

Capitão Vitorino

Querendo brigar,

Tem cheia do rio

Com tudo a arrastar,

Meu avô socorrendo

O que dá pra salvar.

Tem noite estrelada,

Tem noite medonha,

Têm história contada

Pela Velha Tontônia!

E tem cangaceiros

Por todo o terreiro,

Antonio Silvino

Querendo dinheiro.

A infância melhor

Do mundo é a que tenho,

Sou menino feliz,

Sou menino de engenho.

Sou menino treloso,

Brincando na vida,

Banhando-me nas águas

Do Rio Paraíba,

Levando capim

Pro carneiro Jasmim,

Levando uma flor

Pra Zefa Cajá,

Ouvindo cantar

O meu Marechal,

Canário da terra

Mais especial.

A infância melhor

Do mundo é a que tenho,

Sou menino feliz,

Sou menino de engenho.

Mas viro Doidinho

Quando vou estudar,

Sentindo saudades

Do velho Pilar,

Da Tia Naninha

A me consolar,

Da velha Tontônia

No engenho a contar

Histórias bonitas

Pra gente sonhar,

Do Moleque Ricardo

Querendo brincar

E dos banhos de rio

Com Zefa Cajá!

Minha infância querida

Cantar aqui venho;

Fui menino feliz,

Fui menino de engenho.

O tempo passou

Com força de enchente,

Vi-me de repente

Sendo promotor,

Mas o menino de engenho,

Lá do Corredor,

Não quis me deixar,

Com saudade, sem par,

Lembrei meu avô,

Tornei-me escritor,

Cantei meu lugar!

Minha infância querida

Cantar aqui venho;

Fui menino feliz,

Fui menino de engenho.

Antonio Costta

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DA TRIBUNA DA POESIA

Da Tribuna da Poesia

Faço versos, cantoria,

(Mesmo sem saber cantar)

Somente pra te exaltar,

Para espalhar teus encantos

Aqui, e em outros recantos,

Oh meu amado Pilar!

Da Tribuna da Poesia

Canto com gran valentia

A dor sentida do povo,

O sonho de paz, de renovo,

A esperança contida

Num olhar d’uma criança

E a força que não se cansa

Da juventude na lida!...

Da Tribuna da Poesia

Canto de noite e de dia,

De forma simples, concreta,

O desejo de poeta

Que é viver para cantar!

Cantar a terra, o meu povo,

E depois cantar de novo

O meu amado Pilar!

Antonio Costta

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DE PILAR

De Pilar trago canções,

Trago motes, cantorias,

Trago muitas emoções

Que impactaram meus dias,

Trago mil recordações

Que me inspiram poesias!

De Pilar trago meu canto,

Que de meu peito desata

O brilho dos pirilampos,

A voz do rio, das cascatas,

As flores todas dos campos

E os perfumes das matas!

De Pilar trago meu jeito

De ser poeta-menino,

Poeta que traz no peito

O badalar de um sino,

Que só badala de jeito

Quan’ de Pilar me aproximo!

De Pilar trago a saudade

De meu tempo de criança,

De meus pais, de Solidade,

Que não me sai da lembrança.

Morando em Chã de Areia,

Lugar de paz, de esperança!

De Pilar trago as leituras

De José Lins, escritor,

Contando suas aventuras

No Engenho Corredor,

Colocando a nossa história

Num lugar de resplendor!

De Pilar trago o repente

De Chudu, com sua viola,

Tirando versos, contente,

De dentro de sua cachola,

Versos que inda ‘stão presentes

E a nossa terra consola!

De Pilar trago meu sonho

De mudar minha cidade,

Embora o mundo medonho,

Cheio de incredulidade,

Ignore o que proponho:

Paz, amor, fraternidade.

De Pilar trago o desejo

De dá orgulho ao meu povo.

De ser poeta, sem pejo,

De ser u’a luz de renovo,

Cantando a terra que vejo,

Sonhando co'um tempo novo!

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RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA

Buscar água escanchado num jumento

Conduzindo incuretas nos cambitos;

Ouvindo o som das vacas, dos cabritos,

Dos nhambus que ecoavam pelo vento!...

Elegias que guardo no pensamento:

Ouvir a minha avó cantar benditos,

Ouvir de meu avô antigos ditos,

Anedotas e histórias de relento...

Fisgar peixes no açude ou lá no rio,

Tomar banho de chuva, sem ter frio...

Emoção que inda guardo. Indescritível...

Comer jaca no pé, manga e cajá,

Na fogueira assar milho com sinhá...

— Minha infância assim foi inesquecível!

Antonio Costta

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AVENTURAS DA INFÂNCIA

Eu saía pela Chã de Areia afora

Procurando um troféu, uma colmeia,

Não faltava uma aventura, uma ideia,

Na minha infância que relembro agora.

Pescar de jereré a qualquer hora,

Pegar um passarinho de alçapão;

Fazer de tábua e lata um caminhão,

Um carrinho de corrida e ir embora!

Tomar banho de rio e de cascata,

Ir caçar passarinho pela mata:

Armando uma arapuca pro nambu.

Fazer tudo que desse em nossa telha,

Esfumaçar a casa das abelhas

Pra colher o puro mel de uruçu!

Antonio Costta

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CONTEMPLAR PILAR

Quero contemplar o dia

Nascendo no meu torrão,

Trazendo paz, harmonia,

Pra dentro do coração.

Eu quero sentir o cheiro

Das flores todas do campo;

Tomar meu banho primeiro

De sol, de chuva, de encanto.

Quero contemplar as flores

Desabrochando pra festa;

Quero sentir seus olores

Ouvindo o som da floresta.

Quero contemplar a chuva

Trazendo pra terra a vida;

Trazendo enchente pros rios,

Para o Una e pro Paraíba!

Quero comer tanajura,

Qual no tempo de criança;

Quero viver vida pura,

Co’ os olhos cheio de’sperança.

Quero pegar as cigarras

E os vaga-lumes co’ as mãos;

E quero dormir tranqüilo

Ouvindo o cantar do grilo

Oculto na imensidão!...

Pois quero, enquanto viver,

O meu torrão contemplar,

E ouvir meu coração bater:

Pi-lar, Pi-lar, Pi-lar!...

Antonio Costta

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ACRÓSTICOS COM O NOME PILAR

P alco encantador da lida,

I nspiração sem cessar,

L ibelo da Paraíba,

A urora da minha vida,

R emanso do meu luar!

P aixão e amor sem par,

I nício do caminhar,

L argueza de sentimento,

A ltura de pensamento,

R epouso do meu sonhar!

P razer em te contemplar,

I nefável emoção,

L uz brilhante do luar,

A lvorecer singular,

R efúgio de amor, paixão!

P opulação exemplar,

I rmandade hospitaleira,

L ugar melhor de morar,

A qui se procura amar,

R espeitar a vida inteira!

P assagem da minh’ infância,

I napagável lembrança,

L ugar de amor e de paz...

A urora dos ideais,

R evigoro da esperança!

P ertinente na história,

I mportante trajetória,

L egado de liberdade...

A udaz em prol da verdade,

R efulgente na memória!

P assado de muita glória,

I nstante de gran disputa,

L embrando tua rica história

A spiramos a vitória,

R ompendo toda esta luta!

P equena terra gigante,

I magem da poesia,

L iteratura importante,

A tua história é brilhante,

R eluz em nós todo dia!...

P orteira aberta pra glória,

I nspiração sem medida,

L ins do Rego fez história

A o escrever sua memória,

R omanceando sua lida!

P alco de encantos mil,

I ndelével mãe gentil,

L ibelo de amor profundo,

A melhor terra do mundo,

R ecanto do meu Brasil!

P oetizar-te não canso,

I mensidão de prazer,

L evo comigo teu canto,

A qui e por todo recanto,

R ecordo enquanto viver!

P ilar meu berço querido,

I nscrito numa canção,

L onge de ti a saudade

A umenta minha vontade:

R eencontrar o meu chão.

P atrimônio do Brasil,

I rrevogável memória,

L ibertária varonil,

A dorável mãe gentil,

R adiante na história.

P ainel de luz, poesia,

I ncontáveis teus encantos,

L ar de amor e de alegria,

A urora de um novo dia,

R esplandecer de meus cantos.

P alavra que me acompanha,

I ntegrada ao coração,

L imiar que me assanha,

A lvorada que me apanha,

R adiosa imensidão.

P arnaso da poesia,

I nspirada melodia,

L egitimada cultura.

A qui tem literatura,

R eluzindo todo dia.

P edestal da amizade,

I nfalível união,

L imiar da liberdade,

A ltar da integridade,

R efúgio do coração!

P aixão e amor consagrados,

I mpolutos sentimentos,

L ugar onde os namorados

A ndam mais apaixonados,

R adiantes pensamentos.

P avilhão da gran cultura,

I ncontáveis seus talentos,

L iteratos, com fartura,

A utores de verve pura,

R epletos de sentimentos.

Antonio Costta

(Pilar-PB)