POEMA DA CHUVA
POEMA DA CHUVA
De repente veio a chuva.
Não gosto de chuva forte
Assim como não gosto do escuro.
Chuva forte e escuridão me confundem.
Raios e trovões incandescem os céus,
Estremecem a terra,
Bombardeiam meu coração.
As luzes se apagaram.
Estou em casa e não me molho.
O vento joga água
Para um lado e para o outro
Sem direção...
Penso nas favelas,
Nos barracos de taipa
Com tetos de papelão;
Nos deslizamentos,
Nos soterramentos,
Nas águas subindo,
nas pessoas desabrigadas,
sem agasalhos, nem alimentos.
Penso nas ruas encharcadas
veículos jogando água nos pedestres.
Penso nos asfaltos esburacados.
Passageiros, rezando nos ônibus,
Nas estradas abandonadas.
E enquanto a chuva cai
Forte tempestuosa,
Escrevi este poema
Que, mesmo sem poesia,
Sob o clarão dos relâmpagos,
Não deixa de ser
Um poema.
*
Maria de Jesus Araújo Carvalho
Fortaleza, 04/11/2017
INTERAÇÃO DO POETA CHICO MESQUITA
Cai chuva de inverno,/
Pra molhar o meu torrão,/
Vem esfriar este inferno,/
Que sempre queimou meu sertão.//
Versos tristes, mas de uma beleza poética irretocável, palmas calorosas, abraços fraternos!!!
*
Grata pela bela interação, nobre poeta. Um abraço.