No terreiro da fazenda
Em um terreiro bem varrido
Juntamos uns amigos
E agarramos a prosear
Relembramos de tudo
Do nosso tempo de infância
Das brincadeiras de criança
Que gostávamos de brincar
Uns fazia alçapão, arapuca e baladeira.
Para passarinhar
Outros mais prendados
Fazia cavalo de talo, carro de boi e curral.
Os bois eram de osso
Tinha vacas e os bezerros
Os cachorros campeiros
Para ajudar a vaquejar
A prosa estava animada
Trouxeram requeijão, coalhada e buchada.
E uma pinga para animar
Aí a prosa mudou de rumo
Todo mundo se soltou
Até os que já eram avô
Começaram a se revelar
Apareceu aboiador, repentista e cantador.
E eu comecei a declamar
Desembuchei tanto poema
Que fiquei até com pena
De quem estava a me escutar
Mas eles pareciam estar gostando
E a brincadeira animando
E quando a lua foi clareando
Eu peguei o violão
Cantei uns xote do sertão
Quando ouvimos
O galo cantando
O dia já vinha clareando
E marcamos para o próximo ano
Outro encontro
Dos amigos da região