O que restará de mim

O que restará da minha voz

Se o meu grito não for ouvido

Porque o mundo anda ocupado

Olhando para o seu umbigo

O que restará do meu coração

Se ele não aguentar a pressão

Essa carga insuportável de decepção

Pelo mundo __ Eu choro em vão

Há lugar no trem

Há vaga na lua

Vamos pra lá meu bem

Segure a minha mão/ Eu seguro a tua

É como descer no tobogã

A gente esquece por um minuto

Que existe o amanhã

O que restará da minha velha alma

Que um dia a fé perdeu

Experimentou os desatinos

Percorreu outros caminhos

E de loucuras ela viveu

O que restará da minha insensatez

Que desafiou a estupidez

E o mundo de tão tolo não notou

Que a vida não precisa ser medíocre

Nem prisioneira do seu desamor

Oh! Alma desvairada,

Que um dia perdeu o tino

E nunca mais o encontrou

Vagando nos trilhos do trem

Deve ter uma alma poética

Que não tem mais cura

E por dentro só tem ternura.

Há lugar no trem

Há vaga na lua

Vem comigo meu bem

Seja você e não diga a ninguém

O que restará da rosa vermelha

Tatuada no meu corpo

Se o mundo só tem espinhos

E espalha o terror ao invés do amor.

O que restará das orações

Pra fugir da solidão

Se a gente não tem coragem

De sair do quadro

De pegar aquela passagem

E admirar o espetáculo

O que restará da calda de chocolate

Que me causou tanta coragem

e no meio dessa minha euforia

Eu desci do muro que o medo me impedia

O que restará do meu inconsciente

Se a fina flor incoerente

Entrar na minha mente

E um dia proibir / O poeta de existir

Há lugar no trem

Há vaga na lua

Vamos fugir meu amor.

Lá tem o bem e outras coisas além

Tem o carnaval e o samba no pé

Tem uma dança que encanta

Tem gente boa com sorriso à toa

E uma vista que contagia.

Deixa o medo pra lá

Que a paz é a estrela

que sonhamos alcançar!

Claudeth

Claudeth Oliveira
Enviado por Claudeth Oliveira em 13/09/2017
Reeditado em 13/09/2017
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