DIVAGAÇÕES...
Toda manhã (é infalível!),
eu acordo e já agradeço
Pelo sono, pela noite...
Lá fora o vento é um açoite,
mas aqui dentro, me aqueço...
Levanto, meio sonada,
Boto água pra ferver,
enquanto ferve, me banho
com um prazer sem tamanho,
quem dera, ficar, poder...
À vontade, de pijama,
com o meu café na mão,
caminho para o alpendre,
buscando, nos meus meandros,
a meada da emoção...
Glicínias, rosas, narcisos...
já me envolvem, perfumando...
E de repente um trucilo
de um tordo, que sem vacilo,
estufa o peito, cantando...
Esta é parte do meu dia,
em que libero emoções,
Com o olhar perdido ao longe...
Já o sino da ermida tange,
expulsa as divagações...
Nina Maria