Férias na fazenda
Menino solto no mato
Vindo lá da cidade
Igual a bicho selvagem
Fazendo suas traquinagens
Não tinha hora marcada
Também nem um compromisso
Não precisava ir a escola
As férias eram pra isso
Aproveitava cada segundo
De toda aquela liberdade
Não queria nem dormir
Pra sonhar que não era verdade
Não tinha grades nem muros
Cercas e portão
A sensação era de paz
Livre naquele mundão
De manhã ainda bem sedo
Ia direto ao curral
Sentava na porteira
Curtindo a visão matinal
Depois do quebra jejum
Montava em meu cavalo de talo
Sai a campear
No mundo imaginário
Quando chegava do campo
Antes de ir descansar
Ia com o meu cavalo de talo
No rio, pescar e banhar.
Tirava resina de angico
Comia jatobá
Fartura tinha na mata
Sabores que não tem por cá
Quando a lua vinha surgindo
Com sua beleza desigual
Eu ficava ouvindo o barulho
Do vento no carnaubal
Se existir outra vida
Eu puder voltar outra vez
Quero ir para a fazenda
Ficar de férias outra vez