DE REPENTE, VIVER...
Desmontei da minha pressa
e me deitei ao rés do chão,
juntei as batidas do mundo
às batidas do meu coração...
Só me levantei depois do sol se por,
mastiguei um ramo de capim margoso,
a noite me olhava, acho que cheia de amor,
e eu, vagaroso em andar cágado, gostoso...
Os vaga-lumes lumiavam meu andar sereno,
apanhei uma estrela e pus no peito,
me tornei comendador,
contei os passos até mim mesmo,
cioso do repente no jogo de viver e supor...
Lá no alto, onde Deus guarda seus artistas,
um deles pintou esta paisagem que descrevo agora,
me desenhou como se fosse eu um alpinista
buscando a glória de ser um homem pleno,
vivendo o tempo de minhas próprias horas...