Eu sabia que eu era feliz
Minha morada sempre foi o céu.
Mas, o Pai me enviou par’ a terra.
Fui gerado num’ alma gêmea de amor.
Nasci numa noite de lua cheia, lá na serra.
O candeeiro do firmamento iluminou o véu...
Foi meu momento divino, de esplendor.
Meus pais terrestres fizeram uma grande festa.
Fui o filho esperado, o desejado, o amado.
No nosso sítio, naquela colina, era só felicidade.
Nunca vi uma briga entre eles... Saudade!
Daqui de cima, já velho, relembro o passado.
Meu pai, apaixonado, tocava seresta.
Vida passageira... Não somos donos de nada.
O que resta, quando sobra, é a boa lembrança:
“O almoço de domingo, a família servindo a criança.
As missas das tardes... O namoro no banco da praça”.
Meu prazo de validade está vencendo, chegando...
A Deus, peço perdão dos meus pecados e, sigo orando.