Se não hoje, num tempo que tanto demora

Cada dia que passo distante

Como se não houvesse o alvorecer

Como se a relva não banhasse a grama

Fria cama, sem te esquecer

O café negro retrata meu peito

A manteiga derretida, minha alma tristonha

As frutas me lembram seus lábios

Entrementes, me olhando risonha

Minhas roupas mal passadas declaram meu eu

Como se refletido no tecido a minha dor

O frio que gela minha face

Como se chicoteasse com furor

Ah! Que saudades que sinto de ti

Intensa saudade tatuada em meu coração

Nem mesmo a caneta e a folha que agora escrevo

Dos tempos primevos não faz menção

Teu poeta se calou

E como o sol ardente queimando o solo

Secam-se as lágrimas desse vencido

Ardendo a face de amor que jamais ignoro

Eu, teu poeta, te escrevo

Sob juramento de um dia te encontrar

Espero que nesta vida e tempo

Quiçá, noutra, em algum lugar

Quiçá no tempo chamado hoje

Oxalá, no dia chamado agora

Que seja no presente dessa vida

Se não hoje, num tempo que tanto demora

FidelisF
Enviado por FidelisF em 19/06/2017
Código do texto: T6031220
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