O Ódio
O ódio gasta a lentidão das horas
Abrindo fendas no clamor das preces;
E ri das dores onde a vida chora
E tanto fere que de si padece...
O ódio vive de morrer de fúria
Cravando as unhas onde a calma sonha;
E tanto goza a propalar injúrias
Que sorve a raiva pra beber peçonha.
O ódio fia cada nova teia
Com toda mágoa que retém nas veias,
Ferindo a paz para gozar a dor.
E tanto insano quanto corrosivo
Embora finja ter outros motivos...
O ódio sofre por não ser amor.