AQUELA PALAVRA...
Do que adianta a última palavra,
Quando se trata de despedida?
É grão de areia ao vento...
Jogo para cumprir tabela...
Uma janela aberta...
Quando ninguém por ela espia.
Tão fácil dela se esquece,
Em meio ao drama que finda,
Um violão em mãos sem talento,
Sem clamor, vazia capela,
Um coração que apela,
À prece que o mais angustia.
Esvai-se a alma em silêncio,
Jas na inútil palavra perdida,
Sem o debater tão sangrento,
Que na noite nada debela,
Apenas a dor no peito revela,
Que do amor não é mais moradia.
Afivelo os trincos e me fecho,
Num olhar de mera antipatia,
De gelo por sentimento,
Por chama apenas uma vela,
Mantendo o frio que me atrela,
Àquela palavra arredia.