"Sob a Encarnada Luz/Norte da Saudade
"...Ponta do Mar, onde o vento faz a curva e um velho pescador costura sua rede sob o luar.
Ponta do Mar, uma puxada de rede, o retorno da pesca, um sofrer, uma festa.
Ponta do Mar, esquina de Iemanjá, varanda do mangue, suor e sangue.
Ponta do mar, velhas histórias, amores revoltos, paixões escaldantes.
Ponta do Mar, uma garrafa a rolar na areia com um bilhete de um amor perdido.
Preamar da espera.
Vazantes de esperanças.
Cheias de bonanças e fartura.
Ponta do Mar, arrecifes e locas, Bodiões enamorados, Moreias nervosas, Caramurus valentes.
Ponta do Mar, velhos verões, lembranças em preto e branco dos viveiros e das araras de lá!
Pores dos Sol com violões e luas.
Ponta do Mar, tendo o farol como guia, depois do sol a harmonia do seu lume encarnado.
Ponta do Mar, que saudades me traz onde quer que eu esteja lembrarei Humaitá..."
("Sob a Encarnada Luz/Norte da Saudade", Carlos Ventura)