As mãos que colheram as uvas...

Feito, finas rendas que com o tempo

Tornaram-se translúcidas e aos poucos,

Desapareceram,

As mãos que colheram as uvas,

Permanecem vivas, pulsando

Nas lembranças de outras mãos

Colhendo uvas em um antigo ritual

Árduo e encantado,

Mantendo a tradição de colher com cuidado e,

Carinho, e assim extrair

Dos doces cachos, o vinho...

As mãos que colheram as uvas,

Vivas permanecem em vinícolas,

E na solitária garrafa escura, ao lado do queijo,

E também, em telas

E no olhar de quem, curioso

As observa ao alcance das mãos

Em um fim de tarde, repleto

De cores, amor e silêncio...