FOLHAS BRANCAS

Não gosto de compor sob folhas brancas,

Elas roubam minhas idéias com sua alvura,

Que nada tem haver com pureza…

Pureza…

Que sentido faz hoje usar esta palavra?

Quando, sequer, alguém sente algo por alguém?

E tudo não passa de carne, fluidos, mentiras!

Maldito futuro que não cessa de chegar!

E trazer consigo o esquecimento das belas coisas,

Deixando em nós, tão somente, sombras do belo!

Não desejo do futuro mais do que lembranças claras,

Daquilo que um dia eu chamei de felicidade,

E que atendia pelo nome próprio de Inácia…

De Inácia Maria de Medeiros...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 05/02/2017
Código do texto: T5903390
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