Depressão poética - IX
Ressaca
Enrolam-se na garganta as páginas
Tristemente em branco dos dias,
A palha seca que me fere a língua,
Palavras ressaltam no céu-da-boca,
A sede de vocábulos tristes inunda-me,
Engulo secamente a saudade das horas
Num cérebro tolhido escondem-se rimas
E pernas torneadas da noite,
Braços que me apertam o peito
Som ofegante de um pecado
Sentido no pesadelo dos copos!
(…)
Ressalvo em mim
Um corpo despido sob as águas
Punhos cerrados contra a parede
Que pesadamente me equilibra
Sob o peso de um anafado corpo
Joelhos que vacilam em contrição!
(…)
Onde morava ontem a poesia?
Porque vielas da vida a perdia?
Onde te encontras?
Ressaca
Enrolam-se na garganta as páginas
Tristemente em branco dos dias,
A palha seca que me fere a língua,
Palavras ressaltam no céu-da-boca,
A sede de vocábulos tristes inunda-me,
Engulo secamente a saudade das horas
Num cérebro tolhido escondem-se rimas
E pernas torneadas da noite,
Braços que me apertam o peito
Som ofegante de um pecado
Sentido no pesadelo dos copos!
(…)
Ressalvo em mim
Um corpo despido sob as águas
Punhos cerrados contra a parede
Que pesadamente me equilibra
Sob o peso de um anafado corpo
Joelhos que vacilam em contrição!
(…)
Onde morava ontem a poesia?
Porque vielas da vida a perdia?
Onde te encontras?