Depressão poética - XXI
Tontas, palavras tontas
Neste empoeirado palco da vida
Este, onde declamam os poetas esquecidos
Não os que o mundo esqueceu,
Mas os que se esqueceram do mundo,
Deste onde nascem as palavras vãs?
Os perdidos, esses outros, que rimam
Que param e passam pelos passeios
Pedem sem serem vistos, e afirmam
Que esmolas não são de todo, desejos!
Tontas, palavras tontas
Que tantos copiam, escrevendo belamente
Um sentir em tudo de si ausente,
Mas literalmente irrepreensível
Na forma, na escrita, mesmo metricamente,
Mas os olhos que as recontam
Não brilham, nelas não se encontram
Nem nas letras, nem no sentir
Dessas tontas, palavras tontas!
Repousam os inventores,
Sim, os que inventaram a poesia
Essa outra forma de ouvir a maresia
De saborear o Amor, de ver a tristeza
De tocar a melancolia,
Ou o simples rolar de uma pedra perdida,
Esses, os que hoje repousam no pó
Deste sombrio palco da vida…
Esses não foram poetas,
Poetas somos nós
Os que sentem o que diziam…
Avé Poesia!
Tontas, palavras tontas
Neste empoeirado palco da vida
Este, onde declamam os poetas esquecidos
Não os que o mundo esqueceu,
Mas os que se esqueceram do mundo,
Deste onde nascem as palavras vãs?
Os perdidos, esses outros, que rimam
Que param e passam pelos passeios
Pedem sem serem vistos, e afirmam
Que esmolas não são de todo, desejos!
Tontas, palavras tontas
Que tantos copiam, escrevendo belamente
Um sentir em tudo de si ausente,
Mas literalmente irrepreensível
Na forma, na escrita, mesmo metricamente,
Mas os olhos que as recontam
Não brilham, nelas não se encontram
Nem nas letras, nem no sentir
Dessas tontas, palavras tontas!
Repousam os inventores,
Sim, os que inventaram a poesia
Essa outra forma de ouvir a maresia
De saborear o Amor, de ver a tristeza
De tocar a melancolia,
Ou o simples rolar de uma pedra perdida,
Esses, os que hoje repousam no pó
Deste sombrio palco da vida…
Esses não foram poetas,
Poetas somos nós
Os que sentem o que diziam…
Avé Poesia!