Fé
e todas as aves marias,
que lavam, que passam, que criam.
lavam almas, passam aflições, criam filhos...
e todos os améns.
que são, bem ou mal, ditos.
e todos os anjos, santos, e os dois serafins de Isaías,
e querubins, afins
que invocam, suplicam, desprezam...
e os demônios que assombram
fortes, certeiros, zombam da dor.
de quem crer...
e toda a língua que louva,
toda boca que balbucia,
toda palma que bate,
coração que clama,
corpo que reclama...
e o sino que dobra.
prá quem?
e toda cura, e crença, e fé
que desemboca na frieza da morte
que vem dela ao se ver frente a frente.
nem ateu, nem crente
nem deus, nem gente
só a vida, silente
se vai...