e todas as aves marias,

que lavam, que passam, que criam.

lavam almas, passam aflições, criam filhos...

e todos os améns.

que são, bem ou mal, ditos.

e todos os anjos, santos, e os dois serafins de Isaías,

e querubins, afins

que invocam, suplicam, desprezam...

e os demônios que assombram

fortes, certeiros, zombam da dor.

de quem crer...

e toda a língua que louva,

toda boca que balbucia,

toda palma que bate,

coração que clama,

corpo que reclama...

e o sino que dobra.

prá quem?

e toda cura, e crença, e fé

que desemboca na frieza da morte

que vem dela ao se ver frente a frente.

nem ateu, nem crente

nem deus, nem gente

só a vida, silente

se vai...

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 27/12/2016
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