CHÃO DE TERRA
Sonhei com esse lugar bucólico
Que me levou a uma casa perdida
Reino benevolente e simbólico
No final do meu caminho de ida
Aos arbustos das árvores sombrias
Que cantam a brisa da primavera
Dos pássaros e das manhãs frias
Proclamo a minha longa espera
Extasiado me abrigo na quimera
Que me silencia as mágoas vazias
Sou agora um pedaço desse chão
Que pertenceu às flores e ao céu
Quase uma pedra na contramão
De quem não chora o triste véu
Quero ser a terra da minha terra
Um presente ausente da guerra
Que teima em ter terra na mão