EU, SEM TI SOU TEMPESTADE SEM IGUAL
Sinto que desfaleço a cada dia
Afogado em uma saudade tamanha
Aprisionado numa trágica melancolia
Silenciado pela dor de um olhar pedinte
Como se não houvesse ouvinte
Grito internamente a falta que tanto me faz
E nas elucubrações me vejo em teus beijos
E por um instante eu sinto tanta paz
Voz que se ausenta distante
Que aprofunda e penetrante
Ilustra a mais profunda agonia
Falta-me seus toques, seu corpo
E esse poeta, quase morto
Grita por sua alegria
Eu, poeta desfalecido
Eu, poeta já sem fortaleza
Eu, que te amo amor tamanho
Que acordo e adormeço em grande tristeza
Eu, que jogado estou ao teu distanciar
Tentando resgatar o amor e sua candura
Não sejas tardia em volver-se em meu socorro
Pois que de amor me aguarda a sepultura
Morro, mas morro aos poucos
Infortunado e sem razão
Eu, poeta que agora desfaleço
Sepultado em solidão
A sepultura é a ausência da sua presença
Soa até paradoxal
Sou lenhador sem lenha
Sou saleiro sem qualquer sal
Sou xícara sem café
Sou o leite sem Nescau
Sou saudades de tua ternura
Eu, sem ti sou tempestade sem igual