E MEUS VERSOS COMO SE TORNARAM INTOCÁVEIS
A noite cai lenta e fria
A lembrança de teu olhar me assevera
As suas roupas jogadas na sala
Seu vestido de primavera
A taça de vinho ainda borrada
Com o vermelho de seu batom
Um salto alto caído perto do sofá
O mesmo CD permanece no som
Teus lingeries pendurados no varal
Em especial, aquela da última noite
Como sangra minha alma em saudades
Que me ardem o peito feito açoites
As memórias são muitas
As dores, inimagináveis
As notas de minha sinfonia são tristes
E meus versos como se tornaram intocáveis
Já não tem mais a inspiração do teu amor
Já não se inflamam de coragem e ousadia
São vazios como vazio é seu lugar
Em minha cama, nossa cama tão vazia
Eu a amo, amo e amo
Eu desejo teu regresso
Só não sei se sobrevivo
Uma coisa então te peço
Que por mais uma noite eu a tenha
Que por mais um momento eu a beije outra vez
Que por mais um segundo eu te sinta em meu olhar
Que eu possa tocar sua tez
Peço-te que me deixes sentir teu cheiro
Por mais uma noite, sua respiração
Tudo que te clamo, oh! amada minha
É que jamais abandones meu pobre coração