EU TE AMO, AINDA QUE MORTE E A VIDA NOS DISTANCIAM
Sonetos e versos tristes
Vinho derramado sobre a mesa
Uma vela quase apagando
Alimentada pela tristeza
Olhos vazios no tempo
Buscando qualquer coisa que lembra você
É triste a dor de uma saudade
De um amor que lutou para não morrer
A enfermidade chega a todos
E ela te alcançou
Tirou de mim seu belo sorriso
E em teu lugar profunda dor ficou
Hoje, teu cheiro ainda permanece em cada peça
No guarda roupa e no banheiro
Há dias que me bate uma angústia tamanha
Sou levado pelo desespero
Tua camisola permanece na cama
Ninguém a toca, porque não deixo
Ainda é o mesmo lençol
Aquele com marcas de seu beijo
Seu prato favorito eu guardo
Seu garfo e sua faca
Teu lugar na mesa é intocável
Sento ali para sentir você mais uma vez
Eu te amo, ainda que a morte a tenha tomado
Eu te amo, ainda que morte e a vida nos distanciam
São saudades que não tem igual
Numa canção tão vazia
Sei que te faria chorar se lesse esse poema
Mas hoje quem chora sou eu
A lápide fria que cobre teu corpo
Um dia será a coberta do meu