NOITE FRIA DE DENSA MAGNITUDE
Hoje meus olhos molharam
E uma dor cruenta lacerou meu peito
Sei que nessa vida não pessoas diamante
Bem sei, ninguém é perfeito
Pela vidraça gotejada
Via naufragando meu coração em soluço
Rios de dores percorriam minhas veias
E uma sangrenta força segurava meu pulso
Nas ruas das minhas emoções uma tristeza invadia
Batalhões de algozes pavores atormentava
Era fria e ébria a noite
Que minha alma sem ti soluçava
Longe de ti tudo ficou cinza
Enegrecido pelas paúras
Sem teus braços meigos e delicados
Seus beijos acarinhados, minhas paredes, rachaduras
Sem teu corpo junto ao meu
Era um talo sem o botão de rosa
Sem teus olhos dentro dos meus
Era verso sem rima e sem prosa
Jogado na sarjeta da agonia
Noite fria de densa magnitude
Assim sou eu, viajante sem alforje
Sem a tua completude...