NOITE FRIA DE DENSA MAGNITUDE

Hoje meus olhos molharam

E uma dor cruenta lacerou meu peito

Sei que nessa vida não pessoas diamante

Bem sei, ninguém é perfeito

Pela vidraça gotejada

Via naufragando meu coração em soluço

Rios de dores percorriam minhas veias

E uma sangrenta força segurava meu pulso

Nas ruas das minhas emoções uma tristeza invadia

Batalhões de algozes pavores atormentava

Era fria e ébria a noite

Que minha alma sem ti soluçava

Longe de ti tudo ficou cinza

Enegrecido pelas paúras

Sem teus braços meigos e delicados

Seus beijos acarinhados, minhas paredes, rachaduras

Sem teu corpo junto ao meu

Era um talo sem o botão de rosa

Sem teus olhos dentro dos meus

Era verso sem rima e sem prosa

Jogado na sarjeta da agonia

Noite fria de densa magnitude

Assim sou eu, viajante sem alforje

Sem a tua completude...

FidelisF
Enviado por FidelisF em 22/11/2016
Código do texto: T5830907
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.