ROSA DE LATA

Sem cheiro sem suavidade

a rosa de lata...Empaca

e em sua cor opaca não emplaca...

Uma placa com sentimento

um nascimento mecânico

rosa triste sem planto

farfalhar de guizos

e agregação de desencanto.

A menina segue com seus olhos

ao mesmo tempo em que...

Desaba no chão frio o seu terror

e suas pétalas ao chilrear

farfalham mecanicamente seu tilintar.

Rosa de lata, oh rosa de lata!

Visualizam-te com desdém

a sua tímida rigidez

pétalas organizadamente contadas...

Uma, duas, três, e outra vez

todas moldadas a pancadas.

Muitos olhos olham e não vê nada

rosa de lata sem polens

sem fruto sem fada.

Seus orvalhos, sãos óleos

nem vida contem!

Desprovida de alegria...

Não tem ventos, nem partida

nem saudade na despedida.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 20/11/2016
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