Em nosso refúgio

Na sala da casa grande

o chapéu segue pendurado na parede,

ele sempre esteve lá!

Da janela, barcos ancorados

e peixes que saltam aos nossos olhos...

Vontade de voar por aí também!

Ao lado da mesa central

três cadeiras com os rendados em cores;

quando o sol entra mansinho

todos se lembram das redes na varanda

e largam a radiola do alpendre.

De noite, a música continua

regada pela cachaça, canelinha e carteado.

Alguns falam mais alto

mas sempre alguém intervém:

"em nome da santa"!

Pedem respeito ao altar do canto esquerdo da sala...

De súbito,

um estrondo que invade pela janela

e rasga a conversa ao meio;

silêncio!

Parece que o coqueiro anda jogando frutos.

Logo a tensão passa,

não é nada não!

"Nossa morada é protegida pela santa"!

E volta o papo,

o gole e a gritaria...