DEVANEIO
Espreme-se as vargens
e os grãos arrochadamente expelem
pelos vãos dos dedos...
Pela fragilidade da mente
e pela sensibilidade da vida.
Assim como o mudo, vai se movendo...
Um impulso a cada pulso
Uma palma para cada palma.
Abanam-se as mãos para aderir à saudade
enquanto isso, no passo a passo
abre-se a cachola
para o abraço dos pensamentos.
Esses espremidos, esmaga uma frase
dedilha um sentimento
segue esboçando o passado
e agregando planos para o futuro.
Em meio às facetas da vida...
Às vezes, nos encontramos sobre o vale
em outras vezes... Encontramo-nos
se equilibrando à cima do muro.
Antonio Montes