DESCONEXO
Sou ator pobre da vida
sem figurino sem palco
em vez de correr pra beleza
eu choro com a natureza
e nas costas carrego um saco.
Já dormi pelas esquinas
viadutos praças e calçadas
tremi do frio sem rima
choro com a minha sina
e sonho em cima do nada.
Sinto fome intercalada
nas minhas entranhas de ossos
minha vida eu sei, é nada
com esse faquir sombroso
tento sorrir, mais estou ensosso.
Viajo com trapo nas costas
almejo um taco que não como
com esse viver que não passa
essa misera sem graça
que na vida me dá tombos.
Eu vejo o mundo em ricos bolsos,
e me pergunto... Que fez eu?
O vento que me faz chorar
é o mesmo que te faz rir
Mas todos nos vamos ao breu.
O tempo, segue me arrastando
os olhos do mundo olhando
a me acabar pobre assim.
Não creio mais nessa vida
politica, santo, cão... Ferida
e aos grandes que sugam á mim.
Vou seguindo o desconexo.
sem rua sem parada ou endereço
Eu até sei, tudo tem seu preço!
E com minha divida eu padeço.
Antonio Montes