DESCONEXO

Sou ator pobre da vida

sem figurino sem palco

em vez de correr pra beleza

eu choro com a natureza

e nas costas carrego um saco.

Já dormi pelas esquinas

viadutos praças e calçadas

tremi do frio sem rima

choro com a minha sina

e sonho em cima do nada.

Sinto fome intercalada

nas minhas entranhas de ossos

minha vida eu sei, é nada

com esse faquir sombroso

tento sorrir, mais estou ensosso.

Viajo com trapo nas costas

almejo um taco que não como

com esse viver que não passa

essa misera sem graça

que na vida me dá tombos.

Eu vejo o mundo em ricos bolsos,

e me pergunto... Que fez eu?

O vento que me faz chorar

é o mesmo que te faz rir

Mas todos nos vamos ao breu.

O tempo, segue me arrastando

os olhos do mundo olhando

a me acabar pobre assim.

Não creio mais nessa vida

politica, santo, cão... Ferida

e aos grandes que sugam á mim.

Vou seguindo o desconexo.

sem rua sem parada ou endereço

Eu até sei, tudo tem seu preço!

E com minha divida eu padeço.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 06/11/2016
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