DELATOR
Delatou a fome d’ele
e a misera em sua pobreza
a sua migalha mensal
e os bordões da sua fraqueza.
Delatou o dormir na ponte
e o almoço no viaduto
o catar de restos dos ratos
e a magreza em estado bruto.
As lagrimas do seu olhar
delatou para tristeza
os sentimentos de esperanças
caiu em sonho pela riqueza.
Delatou a sua vergonha
enlaçada em seu país
a balança que nunca pesa
o povão pra ser feliz.
Sem querer delatou tudo
ficando apenas com nada...
Delatou a liberdade do mundo
e delatou... A vida premiada.
Antonio Montes