CLAREEI-ME

A vela sob escuridão, toda pendula,

pisca tremendo de medo.

Oscilando aos ventos

e camuflando em seu segredo

ofega ao seu tempo

para iluminar seus enredos.

Oh vela! Se tu foste intocável...

Como as estrelas da noite

Ventos não te faziam diferenças

E tu, não tinhas medos de açoite.

Mas como veio para iluminar

a face, cadavérica da morte,

semblantes amorosos, histéricos

clareia mãos e olhos da interrogação

a todos os cantos dos hemisféricos.

Oh vela... Quantas e quantas vezes,

tu procuras sua permaneça no tempo!

Mas o vento deita por terra

a sua crença, e mesmo assim,

tu sempre voltas a acender.

Volta a acender e acende:

jantares de castelos

mesa com flores,

rostos belos... Amores

ambiente com requinte

leito ao lado das flores,

vela...Clareei-me antes que fores.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 04/11/2016
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