CLAREEI-ME
A vela sob escuridão, toda pendula,
pisca tremendo de medo.
Oscilando aos ventos
e camuflando em seu segredo
ofega ao seu tempo
para iluminar seus enredos.
Oh vela! Se tu foste intocável...
Como as estrelas da noite
Ventos não te faziam diferenças
E tu, não tinhas medos de açoite.
Mas como veio para iluminar
a face, cadavérica da morte,
semblantes amorosos, histéricos
clareia mãos e olhos da interrogação
a todos os cantos dos hemisféricos.
Oh vela... Quantas e quantas vezes,
tu procuras sua permaneça no tempo!
Mas o vento deita por terra
a sua crença, e mesmo assim,
tu sempre voltas a acender.
Volta a acender e acende:
jantares de castelos
mesa com flores,
rostos belos... Amores
ambiente com requinte
leito ao lado das flores,
vela...Clareei-me antes que fores.
Antonio Montes