AREIA MOVEDIÇA
Todo dia, carreira, foleira
Tudo se inicia muito sedo
Namoro missa casamento
Até mesmo... Dia de feira!
Correria... Gente, padre freira
E se finda tarde na canseira.
Muitos segredos se enroscam
E se transformam em degredo
Algibeira... Sempre seca!
Esperança com vomito e anciã...
Rola descambando na pirambeira.
E os sonhos nas esperas se enrolam
Esticam-se as golas atiram-se as feras
À vontade então as cegas se entrega
O bicho pula o bicho pega.
Grana pouca boca seca vida louca
As indecisões balançam
E como toco no banhado
Adeus toda àquela bonança
Tudo corre e a duvida atiça
O tempo em nossas vidas... Vida fica
E esse viver, e o tal belo prazer
É um verdadeiro poço de areia movediça.
Antonio Montes