VENDEDOR
O vendedor que vendia tudo, tudo!
Não é que outro dia...
Esse vendedor imundo
estava tentando vender o mundo!
Vendeu ar puro, e rios límpidos
águas potáveis matas e nascentes
vendeu amor e a inocência
e a compreensão de toda essa gente.
Foi a rua... E vendeu a lua
vendeu os olhares das estrelas,
as redes dos sonhos as almas nuas.
Vendeu o balanço das caravelas
a derme de carvão, os filhos d'elas
vendeu as meninas para vida.
o futuro para o desengano
e as praias da felicidade querida.
Vendeu o sicranos e os fulanos
a moral e a ética dos anos
e a simplicidade do viver...
lançou as mãos as moedas
e depositou-as em outras avenidas.
Vendeu o adeus da alegria
E toda integridade do país
o sol puro de todos os dias
e a vida que sempre quis.
O vendedor de tudo
vendeu tudo!
Tudo dos meus sonhos
tudo do meu tudo
só não vendeu...
O meu mundo.
Antonio Montes