CONSTATAÇÕES
Com a minha gata
Eu entrei na mata
Só para amar.
Lá estava uma pata
Poedeira e chata,
Era de matar.
Ao som da cascata,
Ouvi serenata
À luz do luar.
Vi uma batata,
De ouro ou de prata,
Ao sol rebrilhar.
Soube que a Vulgata
Já não mais retrata
O Verbo a vibrar.
Puxei a gravata
E uma barata
Caiu no espaldar.
Tropecei na lata,
Perdi a alpargata,
Não mais pude andar.
Tal como um primata,
Ou cão vira-lata,
Eu fui me deitar.
Sonhei que era rata,
Roendo a sapata
Do rei Josafar.
Dormi um pirata,
Morri psicopata
Antes de acordar.