ENXURRADA
Despenca a chuva na calçada
E enquanto os pingos saem
Salpicando pelas ruas...
Os gringos se molham nas águas
A menina correndo molhada
Com sua roupa toda encharcada...
Ao vento sem sobrinha sem magoa.
Enquanto isso, a carteira...
Vai molhada sem grana sem nada
Rodando bolando pela enxurrada
E some pelo bueiro, há onde um dia
Ali se foi... Um viver inteiro.
_ E agora... Sem dinheiro?
Sim! Sem dinheiro sem estrada
Oh que vida danada!
A onde tudo acontece
Somente por uma perdida enxurrada.
Antonio Montes