SUBMERSO
Minha luta todavia empoeirada
minhas mãos calejadas...
Meus olhos fundos sobre prato raso
vejo a fome a debater-se sob migalha
vejo os mandos se esbaldando em farras.
Enquanto a vida agoniza sob garras
... A misera deporta a dignidade
surrupia a coerência da paixão
abalando as estrutura das casas.
... Em margens sem frutos
sonhos sem descanso
se vê o tempo bradando
enquanto o alvo sem flecha
segue-te, roendo manso.
Somos corroído pelo esquema
seguimos fazendo tudo
sem termos direito a nada.
... Levam nossos louros
sobre impostos loucos
e esse bruto saldo de poucos.
Nesse absurdo de mudos
nunca se sobra nada.
... Vejo criadores de leis
calando passos das estradas,
vejo sonhos fundos infundidos
submergindo em promessas erradas.
Antonio Montes