O tempo.
O vento que vem de longe nos cabelos da menina
Escorre por entre os dedos feito agua cristalina.
O tempo em desapego com o relógio a namorar
Nem se quer olha o vento que se dieta sobre o mar.
E nos olhos da menina ver-se o tempo que passou
E sobre as aguas cristalinas o vento que não voltou.
Volta o tempo, mas a hora, no mesmo tempo ficou,
E sem tempo, o relógio, com o tempo desandou.
E o tempo que vem de longe nem se quer envelheceu
E na alvura dos cabelos feito agua escorreu
E nos olhos da senhora a menina se escondeu.