A VIDA RIMA II

Um dia a vida virou rima

E começou a rimar, pelas terras do viver

E sorriu... Sorriu com felicidade!

E chorou... Chorou muito com sentimento

A vida dormiu com sonhos

E despertou com o amanhecer da aurora

Acordada... Ela andou pelas trilhas dos pensamentos

Ainda menina... A rima pulou cordas

Mediu as cores do arco-íris

Brincou de boneca encantada

E com as esferas dos planetas...

A vida jogou cinco Marias

Ali... Sempre calma sentada na calçada

À vida, ainda jovem...

Ausentava-se em meio aos seus devaneios

Sonhou com os seus medos

Perdeu-se em seus enredos

E segui-o se emaranhando em seus segredos

A vida, tentou se esconder

Esgueirando-se por detrás da saudade

Brincou de esconde, esconde

E com o futuro... Um dia a vida cresceu!

Crescida...Correu entre trancos e barrancos

Esbouçou os seus encantos

E com pranto, saiu do canto e amou...

Amou tanto, tanto!...

Que ate se esqueceu da razão...

Sorriu, chorou e ficou débil

Se esquecendo de viver, a vida teve tédio

À vida sentiu paixão

Suspirou e amou

Andou de mãos dadas com a harmonia...

De um lado a outro

E com todos aqueles encantos!

A vida alcançou... A plenitude de Deus!

Em todos os seus dias...

A vida bradava paz com alegria

Então a menina rima ‘vida’ enamorou-se

Veios os abraços e braços, beijos e ensejos

Á vida já mocinha, conheceu os desejos

Nasceu às primeiras vontades

E com ela, as fogosidades

A vida, voou...

Ficou prosa viçosa e também fogosa

A vida estava toda majestosa!

E como tal, se fazia de dengosa

Ate se armou... Armou-se de armadura

Se transformou em vida dura

Adquiriu normas...

E se encheu com as tais ordens

Se colocou bem acima do aprender

E dotada de poder... Mandou

A vida crescida já não era mais jovem

E adulta... A vida aprendeu a força da razão

Então se encheu de sinceridade

E se enrugou com a dura verdade

Vestiu-se de: Carranca e armadura indesejada

A vida passando o tempo teve paixão

Cansou... E cansada se sentiu aposentada

Ficou sentada... E tinha receio de tudo

Tinha cisma, pesadelo e não mais sonhava

Estava cansada! Cansada de doer o coração

Cansada de carregar o viver ate o próximo dia

Pensava que o mundo...

Era a casa da vida, mas não sabia...

Que a vida se povoava pelo mundo inteiro

A vida... Já não era tão criança

Vivia acabrunhada filosofando

Passou por poucas e boas,

entre, trancas e retrancas

a vida foi amargando...

E deixou de ser franca.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 29/09/2016
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